O que dizer sobre a grande esperança dos fãs de Mega Man por um novo jogo feito por seu criador? A primeira palavra que me vem em mente é decepção. Quando Keiji Inafune abriu sua campanha no Kickstarter para algo que ele descreveu como “sucessor espiritual” da famosa franquia, a internet surtou. O sucesso foi tão grande que Mighty No. 9 foi um dos projetos mais bem-sucedidos do site. Era evidente que os gamers queriam um jogo novo do blue bomber depois de tantos jogos ruins e cancelamentos sem sentido.
A ideia é realmente boa, um jogo novo e moderno de plataforma usando totalmente a fórmula do clássico robô azul. Você atira, desliza, pula, tudo que um fã de Mega Man espera ver num jogo, mas as decepções começam a vir logo nos primeiros diálogos. A dublagem está péssima, sinceramente era melhor ter feito um jogo sem dubladores. Felizmente dá para alterar o áudio para japonês onde temos uma dublagem bem mais agradável.
Outro ponto que dá para perceber bem: O jogo está muito mal polido. Depois de tantos atrasos era de se esperar que tivéssemos um jogo bem trabalhado e com um desempenho fluido, mas infelizmente não foi o que encontramos. Por mais que o jogo tenha uma boa jogabilidade, encontrei diversos trechos com fortes quedas de frame rate. Isso porque estou jogando em um PS4 um jogo 2.5D com gráficos simplórios, inaceitável.

Ainda analisando a parte técnica, algumas coisas realmente me incomodaram. Por exemplo, se você está subindo uma rampa, o tiro do canhão do Beck não sai de onde deveria sair (da ponta do canhão), sai de um ponto acima, como se estivesse saindo do nada.
Mas nem tudo é decepção. O jogo foi feito para você deslizar no melhor estilo Mega Man X, fazendo com que o dash não só ajude a desviar dos ataques, mas também a eliminar os inimigos, realizando combos e pegando buffs de ataque que aumentam o poder do Beck. Isso pode ser usado para vencer os estágios mais rapidamente.
O design das fases não é ruim, mas também não tem nada marcante como os clássicos lasers da fase do Quick Man ou as plataformas de “Quickjump” da fase do Shadow Man. Passar destes desafios sem usar armas ou habilidades extras fazem você sentir que atingiu uma conquista pessoal ao vencê-los. Outro evento bem bacana no jogo é que além de você conseguir os poderes dos inimigos, os que foram derrotados deixam de ser seus adversários e se tornam seus aliados, aparecendo em algumas fases e te ajudando a vencer os desafios.
Como um grande fã de Mega Man, entre os inúmeros que financiaram este projeto, sinto que, infelizmente, fomos iludidos por uma promessa vazia. O produto final foi mal produzido e entregue da pior forma possível. Keiji Inafune sempre foi um exemplo de desenvolvedor, mas ele claramente maculou seu currículo com toda essa presepada, o que nos fará questionar seus próximos lançamentos, principalmente no que envolver qualquer coisa parecida com Mega Man.
Parece que o bom e velho robô azul continuará enterrado, mesmo com outro nome, não se sabe até quando.
Pontos fortes:
- Boa jogabilidade.
Pontos fracos:
- Péssima dublagem (inglês);
- Muitas falhas técnicas como quedas de frame rate;
- Jogo muito mal polido.