Em 2015 alguns membros do Doze Bits tiveram o prazer de testar, em primeira mão, o novo Mirror’s Edge Catalyst durante o Brasil Game Show (BGS) e a opinião de todos era uma só: Mirror’s Edge Catalyst tinha tudo para ser um grande lançamento em 2016.
Tinha! Após dois atrasos no lançamento, inicialmente previsto para fevereiro e depois para maio, o jogo chega as prateleiras nesta terça-feira, 07/06, no mundo todo. Porém os assinantes o EA Access já podem desfrutar de 6 horas de gameplay e as 10 missões iniciais do jogo.
De início já percebemos um erro grotesco. A configuração dos botões, do jeito que eles são originalmente no jogo, está invertida em relação às ações que são descritas na tela. Explicando melhor: todas as configurações de bumper (RB e LB) e gatilhos (RT e LT) estão invertidas, ou seja, apareceu RB, tem que apertar RT e vice-versa. Mesma coisa para os botões da esquerda. Pode parecer uma coisa simples, mas não é. Ações de pular seriam feitas com o RB e de agachar com o RT… botão de cima pula e botão de baixo agacha… com essa inversão tosca que fizeram, fui obrigado a mapear os botões através do meu controle Elite pra poder jogar. Já começamos mal.
A história é muito superficial e os personagens, Faith, Icarus, Birdman e Noah, são genéricos. Todas as vezes em que os mesmos apareciam na tela para contar, ou vivenciar, uma parte da história, eu me sentia meio constrangido com a qualidade gráfica dos mesmos e com as futilidades dos diálogos. Noah é o chefe de Faith, que foi presa há um ano e Icarus é o novo pupilo de Noah e um cara muito mal humorado que está com ciúmes por causa do retorno de Faith aos “Corredores”, nome dado para as pessoas que fazem os serviços como Faith.
A qualidade gráfica durante o jogo é totalmente diferente daquela onde você encontra os NPC’s, chega a ser estranho pensar que a EA se preocupou tanto com o jogo e deixou a desejar nas pequenas apresentações para contar a história.
A jogabilidade é o ponto forte de Mirror’s Edge Catalyst. Assim como no primeiro Mirror’s Edge, a câmera está na posição da cabeça de Faith, se você olhar para baixo poderá ver o seu corpo, e por isso o jogo é baseado em um sistema de controles mais intuitivo, que permite a você, com comandos simples, controlar diversas manobras conhecidas do parkour para se evadir ou para chegar mais rápido aos locais desejados durante o jogo.
Uma das premissas do jogo é que o mesmo teria um mundo aberto. Na verdade, Faith corre por lugares acima da cidade, em topos de prédios ou em andares dos mesmos para chegar em locais pré-definidos no mapa, onde deve iniciar missões com Icarus ou Noah, e depois deve andar mais um pouco por esses lugares para cumprir as missões e entregá-las para os mesmos personagens. Tudo muito repetitivo e cansativo, mas o caminho pode ser feito da forma que você quiser e por onde você quiser, claro que os NPC’s vão estar sempre nos mesmos lugares, tanto na ida quanto na volta, mas a liberdade está ali, mesmo que disfarçada.
O combate pode impressionar nos primeiros momentos, mas após algumas lutas contra alguns NPC’s, você acabará percebendo que a mesma sequência de golpes funciona com todos os adversários do mesmo tipo. Um NPC de categoria X pode ser derrotado da mesma forma sempre, e um NPC Y pode precisar de um ou dois apertos de botão a mais… chega a ser entediante e cansativo lutar contra eles, por isso a EA nos deu a opção de correr dos mesmos, o que pode ser uma forma muito interessante de se enfrentar o tédio.
Em outras palavras, toda a expectativa gerada durante a BGS 2015 parece ter sido perdida em algum lugar entre aquela demo e o jogo a ser lançado amanhã. Uma pena, pois certamente a EA e Mirror’s Edge Catalyst mereciam mais. Muito mais!
Prós:
- É divertido correr e pular por todos os lugares
- Jogabilidade totalmente intuitiva
Contras:
- História superficial e pouco criativa
- Personagens sem carisma e genéricos
- Erro grotesco na inversão dos botões
Versão testada para esse review: Xbox One.
Não foi dessa vez!
Mirror's Edge Catalyst tinha tudo pra emplacar... mas não foi dessa vez que a DICE conseguiu atingir o mesmo sucesso de outros dos seus jogos. No fim, é só mais um jogo mediano e que vai ter que concorrer com tantas coisas boas que outras empresas estão lançando.
Pai do Joaquim, jornalista, gamer, #FORABOLSONARO e… #FOGONOSRACISTAS!