No lançamento, ano passado, do apenas mediano Madden NFL 21, a EA Sports prometeu aos fãs da franquia que melhorias viriam em jogos futuros. A falta dessas melhorias no popular Modo Franquia foi o estopim para uma série de postagens pouco ortodoxas nas redes sociais da empresa. Os fãs não estavam contentes! Um ano depois a desenvolvedora acaba de entregar algo pelo qual os fãs não esperavam! Mas será que é o que eles queriam?
O modo Franquia é o grande destaque do jogo no lançamento desse ano. Ele foi atualizado completamente, desde melhorias na interface, que ficou mais inteligente e integrou alguns novos sistemas, até a possibilidade de planejar cada jogo da semana de acordo com o seu oponente. Sim, você pode (e deve) se preparar para ser atacado com passes em profundidade se for enfrentar quarterbacks com essas características, como Mahomes, Brady e Rodgers. Ou por muito jogo terrestre se for enfrentar times mais parrudos ou quarterbacks mais móveis. Tal mudança acrescentou bastante à estratégia que é utilizada nos jogos.
Também foram adicionados os coordenadores ofensivos e devensivos, algo que, provavelmente, a EA melhorará nos próximos anos. Isso adiciona um sistema de “árvore de talentos”, que permite melhorias na equipe de acordo com o que o jogador está tentando alcançar. Em poucas palavras, isso transforma o modo franquia em um pequeno RPG, já que você tem que desenvolver o seu time como um personagem.
Provavelmente este é o melhor Modo de Franquia em anos, mas ainda existem problemas. Alguns cenários que ocorrem durante a temporada deveriam ser mais dinâmicos e nem sempre eles fazem muito sentido. Fica parecendo que a oportunidade estava lá, mas que a empresa não quis se aprofundar muito para não dificultar o jogo.
Em campo, o jogo é, na maior parte do tempo, o melhor dos últimos anos, mas alguns problemas sérios com a jogabilidade da defesa ainda são fáceis de serem identificados. Algumas posições são simplesmente quebradas, como os safetys que ficam perdidos em campo com frequência.
Gostei bastante da nova mecânica chamada Gameday Momentum, onde o time que está melhor em campo recebe vantagens durante o jogo. Seria como na vida real onde o time que está ganhando tem mais motivação e alegria para jogar e o que está perdendo segue tendo problemas com jogadas e desenvolvimento do jogo, encontrando mais barreiras para chegar até a vitória.
Achei o ritmo do jogo um pouco mais lento, mas isso é só uma percepção pessoal e pode ser visto como algo bom também. Nesse jogo a EA afirma que está usando as estatísticas da NFL para garantir que os jogadores representem exatamente a vida real.
O jogo corrido continua excelente e novas animações ajudam dando maior variedade aos passes e as perseguições também, embora em alguns momentos senti que a IA do jogo estava tomando conta dos controles.
Infelizmente, a EA ainda está deixando a desejar com o modo “Cara da Franquia” (Face of the Franchise) e a versão deste ano da campanha para um jogador tem enredo fraco e pouco inspirado para servir de fachada e te motivar a fazer muitos jogos pelo time para o qual você foi draftado. O grande problema está na progressão, que está muito ligada ao The Yard, o modo futebol americano de rua de Madden. Não ficou bom e você precisa jogar muitos jogos no The Yard para sentir uma real evolução no seu jogador!
Apesar de poder escolher uma infinidade de posições para o seu jogador, e pela primeira vez poder escolher um jogador de defesa, quando você chega na NFL o jogo te obriga a jogar com a equipe inteira e isso faz com que você acabe perdendo, totalmente, o apego ao seu personagem. Outras séries, como FIFA e NBA2K conseguem passar melhor a sensação de ser um jogador profissional.
Com todas as melhorias feitas em outros modos, o Ultimate Team quase não sofreu mudanças. Talvez a maior seja a forma como a química dos times funcionam por conta das novas cartas de estratégia, que permitem melhorias em certas áreas do seu time. A interface nova ficou um pouco confusa no início, mas acabou se mostrando melhor ao mostrar seus objetivos. E gostamos bastante das recompensas gratuitas, ao menos no lançamento do jogo.
Mas como nem tudo são flores, tivemos muitos casos problemáticos com o jogo nesses quase 10 dias de testes. O jogo deu crashs constantes no Xbox Series X, fechando em momentos inesperados e até desligando o console por mais de uma vez. Em umas 20 horas de jogo, tivemos 12 crashes. É um número MUITO ALTO e atrapalhou demais o desenvolvimento do jogo, causando bastante frustração, já que as partidas precisavam ser jogadas novamente desde o começo. Algumas legendas não foram mostradas corretamente, nada que um hot fix não possa corrigir em breve. E muitas colisões, as mais comuns em bloqueios de passes, são simplesmente hilárias tal o absurdo do barulho e da movimentação dos jogadores em tal momento. Me senti jogando Madden 95, de Mega Drive, em alguns momentos!
Conclusão
Madden NFL 22 tem alguns avanços em relação ao jogo do ano passado com foco no Modo Franquia. Gostamos do que foi apresentado e da direção que o jogo pode tomar nos próximos anos. O sistema Gameday Momentum adiciona imersão em todas as partidas. Mas o modo “Face of the Franchise” não funciona bem e algumas posições precisam passar por uma reformulação de IA para não ficarem inúteis em campo. Bugs e crashes super irritantes deixados de lado, parece que a série está no caminho certo para os próximos lançamentos. Aguardemos!
Madden NFL 22 está disponível para PC, consoles da família Playstation e consoles da família Xbox. A versão testada foi a de Xbox Series X, com cópia de análise gentilmente cedida pela EA Brasil.
Pai do Joaquim, jornalista, gamer, #FORABOLSONARO e… #FOGONOSRACISTAS!