Fontes dizem que bebê tem uma carinha de Darkest Dungeon.
Na última semana fui agraciado pela Devolver com a oportunidade de conhecer o mais novo jogo da empresa uma semana antes de seu lançamento. Não, não estou falando do famigerado Death’s Door, cujo review você pode ler aqui. Por mais próximos que sejam o lançamento dos dois, estou falando de BlightBound. Um beat em up dungeon crawler estiloso, como são característicos dos jogos da publisher.
Uma passada rápida pela trama: em um combate contra um titã que destruiu o sol, a humanidade o venceu, mas depois da morte dele a praga, uma névoa sombria, se espalhou pelo mundo, levantando criaturas macabras, mortos vivos e tudo o que há de ruim pelo mundo. Para sobreviver os humanos agora vivem em um refúgio no alto das montanhas e se aventuram pela superfície noturna em busca de recursos, sobreviventes e talvez uma forma de restaurar o sol.
Você pode escolher entre três classes distintas para explorar as terras condenadas da superfície: Guerreiro (tanker), Assassino (stealth), e Mago (healer+ataques a distância). Para cada categoria você começa com um personagem (apresentados no tutorial), e ao longo do jogo vai resgatando uma dezena de outros personagens com habilidades diferentes. Blightbound tem trama principal, mas cada um desses personagens tem desenvolvimento de história própria no jogo cumprindo determinados objetivos com eles.
De forma geral, jogar com cada uma das classes foi muito bom, me adaptei mais fácil aos guerreiros e magos, embora tenha gostado muito da experiência com as assassinas. Em alguns momentos a tela enche de inimigos e é fácil se perder um pouco no meio do caos. Com guerreiros, você tem habilidade de escudo, uma boa resistência e bom dano. Já os magos atacam à distância, o que te permite administrar um pouco melhor os combates, sem falar da habilidade de cura. As assassinas embora tenham habilidades de furtividade, ainda ficam muito frágeis no meio da bagunça e me peguei muitas vezes precisando de ajuda dos aliados para levantar. O que me lembra que quando você cai, fica se arrastando pelo chão até algum amigo te levantar, caso os três caiam, aí sim é derrota e voltam para o refúgio.
Como um bom beat em up (e uma parte dos dungeon crawlers), o ideal é jogar com amigos. No caso de Blightbound isso é obrigatório, caso você não queira jogar online, ainda assim precisará completar a partida com bots. Isso ajuda bastante na estratégia, mesmo que os bots não sejam tão inteligentes quanto um jogador real. No meu caso, não consegui ter experiência multiplayer, como estava jogando antes do lançamento, não encontrei outros jogadores. Isso acabou me prejudicando um pouco, em uma missão para impedir um ritual sombrio, em determinado trecho era necessário que os outros personagens pisassem em botões no chão. Nas outras fases que fui, ocorreu tudo normal, mas nessa em específico os bots não desempenhavam a função de pisar nos botões e simplesmente tive que abandonar a missão. Nada que uma atualização não resolva, mas ainda assim impediu que a experiência fosse completa.
O título do review foi uma brincadeira, mas as primeiras impressões que tive do momento que abri o jogo a começar a escrever o review foram essas. Visualmente ele lembra Darkest Dungeon, o estilo de jogo é de um beat em up e, no caso, como é necessário explorar vários cenários diversas vezes, me veio imediatamente Dragon’s Crown a cabeça, mas a mecânica do jogo é total dungeon crawler, o que lembra bastante Diablo e outros jogos do gênero, claro. Se você gosta de qualquer um dos gêneros citados, ou dos dois, é um prato cheio que promete horas de diversão, seja jogando sozinho com bots, ou com um grupo de amigos.
Veredito: A Devolver parece sempre pensar em um jogo e logo em seguida em como deixar a marca deles em gêneros já conhecidos, Blightbound é mais um deles e embora tenha algumas situações que possam vir a incomodar como bots que não pisam em botões, te deixar perdido no caos de elementos na tela ou quedas de framerate, o conjunto da obra funciona muito bem e pelo estilo de jogo, seria muito bom se recebesse cenários, inimigos, equipamentos e personagens extras de vez em quando.
Minha experiência foi no Xbox One Básico, o que me garantiu alguns momentos de queda de frame absurdas, isso provavelmente não deve ser um problema nas demais versões superiores dos consoles, seja na plataforma que você quiser jogar, já que BlightBound é um título para Xbox, Playstation e Windows.
- Gráficos: Embora tenha animações super básicas como em Darkest Dungeon, os detalhes visuais e todos feitos a mão fazem do jogo uma experiência gráfica muito rica.
- Som: Dublagem em português fez falta, os personagens volta e meia dialogam ao longo das missões. As falas tem legendas, mas no meio da bagunça nem sempre há tempo para ler, o que claramente não é um problema se você souber inglês.
- Jogabilidade: É fácil de entender e se entreter às mecânicas do jogo, porém as habilidades podem te causar problemas para acertar, no caso do mago por exemplo, que você pode mirar onde usar.
- Diversão: Se você é fã de dungeon crawlers e beat em ups, Blightbound pode ser uma ótima opção para garantir horas de alegria.
- Replay: Dungeon crawlers são feitos em cima de replay, então novamente, se você gosta do gênero, esse é um jogo para você.
Review feito com cópia gentilmente cedida pela Devolver Digital.
Eward Bonasser Jr. é publicitário de formação e designer de profissão. Além dos games, tem fascínio por cinema e música e é um fanboy inveterado da Marvel e de Star Wars. Joga videogames desde quando Michael Jackson disputava o título de rei do Pop com o Prince.