Super maltratada pela crítica, mas ainda vendendo muito bem, a série FIFA está se aproximando de um ponto onde precisará se modernizar com a chegada, nos próximos dias, de uma nova geração de consoles. Com todos os problemas causados pelo COVID-19, como a falta de uma demo e com seu principal concorrente lançando apenas uma atualização (PES 2021), tudo parece que vai ser bom em FIFA 21, mas… será que a série conseguiu se renovar neste ano?
Porém, antes de irmos direto ao ponto, precisamos fazer um rápido tour pelos licenciamentos, já que esse ano FIFA conseguiu novos times… mas também perdeu alguns!
E não estamos falando de perdas pequenas. Ano passado, a Juventus mudou o nome para “Piemonte Calcio” e este ano a AS Roma acabou sofrendo o mesmo triste destino e se transformou em Roma FC. Inter e Milan ainda se beneficiam de uma parceria com a série e o San Siro continua presente. No campeonato inglês, o Leeds de “El Loco” Bielsa terá de esperar pelo Elland Road, que será integrado como uma atualização em algum momento, pois o COVID atrasou as etapas de captura do estádio. La Bombonera, do Boca Juniors, o Providence Park do Portland Timbers, os estádios do Granada e do Mallorca na Espanha, bem como os de Paderborn e Union Berlin também estão entre as novas aquisições do jogo. No Brasil tivemos algumas saídas e alguns times só estão disponíveis através da Conmebol Libertadores (Flamengo, Palmeiras e São Paulo) pois apesar desses times terem contratos de exclusividade com PES 2021, a série FIFA tem contrato de exclusividade com a Conmebol, o que possibilita o uso de nomes e imagens de jogadores e uniformes oficiais dos clubes, muito embora FIFA tenha optado apenas por usar os nomes e uniformes dos clubes.
Mesmo assim notamos que se nenhum novo campeonato for convidado para a festa, os do Chile e da Colômbia foram retirados, embora ainda seja possível encontrar algumas das equipes em questão através da Conmebol Libertadores. Embora não seja muito evidente, FIFA 21 ainda mantém muitas vantagens em termos de licença, em particular os principais campeonatos (La Liga, Ligue 1, Premier League…), muitos jogadores modelados, incluindo alguns novos.
E o FUT?
Com poucas adições em relação ao ano passado, o Ultimate Team não revoluciona sua proposta na edição 21, mas tem o mérito de oferecer várias pequenas novidades. O FUT Coop se estende para incluir o Squad Battles e o Division Rivals, além de FUT Amistosos, enquanto um sistema de estádio atualizável e personalizável também foi incorporado a esta edição. Novos eventos também aumentam as possibilidades de ganhos, como os eventos da comunidade e eventos de equipe, enquanto um limite de jogos semanais para Squad Battles e Division Rivals acaba reduzindo as possibilidades de “farm” mais pesado.
Um modo carreira convincente!
Enquanto FUT não se transformou, mas consegue convencer graças a várias pequenas novidades, o modo carreira exibe sua elegância nesta temporada. Diga adeus ao sistema de treinamento antigo, que foi substituído por um sistema duplo chamado desenvolvimento e gerenciamento de ponta. O desenvolvimento simplesmente permite que cada jogador receba uma função, cuja natureza define as estatísticas que serão mais aperfeiçoadas: este sistema também permite que você altere as posições conforme necessário, sabendo que algumas transições são mais fáceis do que outras. Você também pode definir sua programação de treinamento manualmente ou com modelos predefinidos. O sistema não influencia diretamente no progresso, mas sim nos 3 principais itens a serem dominados: forma física, moral e habilidade. Um jogador que treina muito ganha mais habilidade, mas perde um pouco da forma, enquanto os dias de descanso e recuperação favorecem a forma e o moral em detrimento da habilidade. A ideia é encontrar um equilíbrio para tirar o melhor de cada jogador.
Volta Football e Pro Clubs
Não é surpresa, mas além do FUT e do Modo Carreira, os outros modos parecem, SEMPRE, receber menos cuidados. Para o Pro Clubs, podemos apontar a presença de um maior número de táticas pré-definidas (5) e a possibilidade de customizar todos os jogadores do seu time, o que continua bom. Volta teve o mérito de apresentar jogabilidade um pouco mais equilibrada do que no ano passado, graças ao melhor posicionamento padrão da IA, que permite um melhor bloqueio de chutes em partidas onde não existe goleiro. Um pouco mais sólido que seu antecessor, o modo Volta do FIFA 21 não muda sua fórmula, mas tem o mérito de ir na direção certa.
Mudanças insuficientes?
Chegou, portanto, a hora de abordar o ponto central de uma FIFA e discutir a questão da mecânica do jogo e seu progresso. Em comparação com os anos anteriores, o número de novos recursos apresentados pode parecer pequeno e apresentar um FIFA 21 muito próximo de seu antecessor. Este não é necessariamente o caso em todos os pontos. Entre as características destacadas, o drible fino melhorado (executado com R1 ou RB combinado com o analógico esquerdo) proporciona mais flexibilidade em espaços limitados, mas o ajuste fino da mecânica beneficia mais o Volta do que as partidas regulares, ou eles trazem ainda mais vantagens para um ataque já bem vantajoso numericamente em relação à defesa.
As corridas criativas oferecem duas opções: Corrida Dirigida, que consiste em direcionar com o analógico direito a chamada de um jogador acionada por um-dois, e Bloqueio do Jogador (apertando simultâneamente os dois analógicos) que atua de forma oposta. deixando você no controle do jogador inicial enquanto a IA cuida do jogador com a bola. Dois recursos que podem ser úteis, é claro, mas que sofrem por um lado com a falta de intuitividade na hora do uso e, por outro lado, com a melhoria das intervenções a IA, incluindo chamadas básicas acionadas por meio de um pressionar duas vezes LB / L1 já são bastante nítidas. Para os amantes do jogo solo, o modo “competidor” pode ser ligado se você joga em lenda ou em ultimate e adiciona dificuldade aos modos em questão: a IA realmente parece mais agressiva nas interceptações e reduz o sentimento de eficiência do passes em profundidade e dribles finos no ataque.
Apesar desses poucos parágrafos acima que parecem ruins, a imagem de FIFA 21 não está completamente queimada. Os jogadores parecem um pouco mais lentos do que no ano passado, o que consideramos bom, e alguns padrões de jogo que exploram passes em profundidade funcionam menos, forçando você a construir novas abordagens de jogo, adicionando mais um ou dois toques. O jogo de cabeça parece muito mais eficiente no ataque, sem ser muito vantajoso. Apesar desses poucos ajustes positivos, o ritmo de jogo não enfraquece e a sensação que surge de cada partida é que lembremos, inevitavelmente, de FIFA 20. Esperávamos ver FIFA 21 apagar as muitas falhas de seu antecessor, mas no final das contas ele se contenta com ajustes na margem que têm apenas uma pequena influência no produto final. Sem uma mudanças estruturais mais profundas, será difícil renovar uma fórmula que certamente ainda tem qualidades suficientes para encontrar seus seguidores, mas que apenas luta para preencher seus buracos na defesa sem criar novos lances no ataque.
Pontos Positivos:
– Conteúdo que ainda é impressionante
– Indiscutivelmente o melhor modo de carreira de sua história
– IA melhor nos cortes dos passes
– Um sistema de corridas criativas que oferece novas opções
Pontos Negativos:
– Um sistema de corridas criativas que não é prático nem intuitivo de usar
– O equilíbrio entre ataque e defesa continua ruim
– Os goleiros continuam ruins
– Colisões continuam problemáticas durante os jogos
FIFA 21 certamente não é o jogo de renascimento da série, embora mantenha suas qualidades para os jogadores mais dedicados. O seu modo de carreira está com algumas novidades e o seu conteúdo ainda tão imponente, apesar de algumas licenças perdidas, ainda lhe conferem o status de melhor jogo de futebol. Por outro lado o jogo se mantém instável em relação a alguns problemas antigos e os estilos de jogos mais eficazes seguem sempre os mesmos padrões. Sem perder as suas principais qualidades, FIFA está mais uma vez lutando para corrigir suas falhas e teremos que esperar pelo menos por uma atualização grande, ou mais provavelmente um novo jogo para tentar nos convencer sobre a sua soberania conquistada num passado não tão distante.
Pai do Joaquim, jornalista, gamer, #FORABOLSONARO e… #FOGONOSRACISTAS!